MARIANA SALLOWICZ
DE SÃO PAULO
Com crédito disponível e economia aquecida, os preços dos imóveis novos na cidade de São Paulo dispararam neste ano. O metro quadrado dos lançamentos teve alta de até 81% de janeiro a outubro ante 2009.
Foi o caso dos apartamentos residenciais localizados na Bela Vista, no centro da capital paulista, cujo metro quadrado custa R$ 8.043.
Na média do município, a valorização foi de 29% -de R$ 4.084 no ano passado para R$ 5.272 em 2010 o m2.
"O preço, historicamente, acompanha os índices de inflação, como o IPCA [Índice de Preços ao Consumidor Amplo] e o INCC [Índice Nacional de Custo da Construção]. Neste ano, porém, houve um descolamento, apontando para a valorização dos imóveis", diz Celso Petrucci, economista-chefe do Secovi-SP (sindicato da habitação).
O IPCA, índice oficial de inflação do governo, subiu 4,38% no ano, até outubro. Já a alta do INCC no mesmo período é de 6,34%.
O levantamento, feito pela empresa de pesquisas imobiliárias Geoimovel a pedido da Folha, mostra que, de um total de 50 bairros que tiveram lançamentos em 2009 e em 2010, 46 apresentaram alta nos preços.
Naqueles em que houve queda, a consultoria a atribui à "readequação dos preços" ou à "venda de unidades de padrão mais baixo".
A pesquisa compara os preços médios de 2009 e nos dez primeiros meses de 2010.
Após a Bela Vista, a maior alta, de 73,74%, ocorreu na Vila Maria (zona norte).
O preço médio mais alto é encontrado em Moema (zona sul), onde um lançamento é vendido, em média, por R$ 10.513 o m2. Na região, um imóvel com 100 m2 custa R$ 1,05 milhão.
CAUSAS
Celso Amaral, diretor da Geoimovel e da Amaral D'Avila Avaliações, diz que vários fatores influenciaram na alta de preço.
"O mercado ficou muito tempo "andando de lado". Agora, o cenário é positivo: há estabilidade macroeconômica e jurídica; não há perspectiva de desemprego; e o crédito ficou mais acessível, com juro menor e prazo maior. Vários fatores ajudaram a aquecer o mercado."
Para Amaral, não há espaço para novas valorizações. "Os preços estão em patamar elevado e já não há como haver novos aumentos relevantes. A valorização foi desproporcional em relação à alta da renda da população."
Para ele, as altas de preços ocorrerão só "em determinados produtos, em que haja demanda específica, mas isso não será generalizado".
CAUTELA
Petrucci também indica cautela para quem crê que o ritmo de alta se manterá.
"Não é porque os imóveis se valorizaram em 40%, em 50% nos últimos anos que isso ocorrerá novamente."
Ricardo Almeida, professor do Insper, não vê perspectivas de queda, mas descarta a possibilidade de uma "bolha imobiliária".
"O mercado está atendendo a uma demanda reprimida, ainda há espaço para o crédito aumentar e há expectativa de que a economia siga com crescimento forte. Como não há nenhuma perspectiva de retração econômica, não há perspectiva de queda."
Editoria de Arte/Folhapress | ||
This was the case of residential apartments located in the Bela Vista, in downtown São Paulo, whose square meter costs U.S. $ 8,043.
In the middle of the city, the recovery was 29%-R $ 4,084 last year to R $ 5,272 in 2010 m2.
"The price has historically tracks the rates of inflation, as the IPCA [Consumer Price Index Broad] and INCC [National Index of Construction Cost]. This year, however, there was a detachment, pointing to the value of real estate" said Celso Petrucci, chief economist at Secovi-SP (union house).
The IPCA index, the government's official inflation, rose 4.38% in year to October. The rise of INCC in the same period is 6.34%.
The survey, conducted by research firm Geoimovel real estate at the request of the Folha, show that a total of 50 neighborhoods that have had releases in 2009 and 2010, 46 had high prices.
In those where there was a fall, the consulting firm attaches to the "readjustment of prices" or "unit sales of lower standard."
The research compares the average prices of 2009 and the first ten months of 2010.
After Bella Vista, the peak, 73.74%, occurred at Villa Maria (north zone).
The highest average price is found in Moema (south), where a launch is sold on average for U.S. $ 10 513 m2. In the region, a property with 100 m2 cost $ 1.05 million.
CAUSES
Celso Amaral, director of Geoimovel D'Avila Amaral and Assessments, says several factors influenced the high price.
"The market was a long time" walking away. "Now, the outlook is positive: macroeconomic stability and legal certainty, there is no prospect of unemployment, and credit became more affordable with lower interest rates and longer terms. Several factors have helped to warm the the market. "
For Amaral, there is room for further comments. "Prices are already at a high level and there can be no further increases relevance. The recovery was disproportionate to the rising incomes of the population."
For him, the price spikes occur only "in certain products where there is a specific demand, but this is not widespread."
CAUTION
Petrucci also indicates caution for those who believe that the pace of increase will continue.
"It's not because the buildings have risen around 40%, 50% in recent years that this will happen again."
Ricardo Almeida, professor of Insper, sees no prospect of a fall, but dismisses the possibility of a "housing bubble."
"The market is meeting a pent-up demand, there is still room for increase credit and are expected to follow the economy with strong growth. Because there is no prospect of economic downturn, there is no prospect of a fall." Editorial / Art Folhapress
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