Estudo do Secovi-Rio aponta nova redução no tamanho dos imóveis na cidade
Compacto. A palavra da moda no mercado imobiliário, usada para definir aqueles lançamentos que, de tão pequenos, têm cada milímetro bem planejadinho, não deve sair de cena tão cedo. Pelo contrário. O “Panorama do mercado imobiliário 2011”, divulgado pelo Secovi-Rio na última semana, aponta como uma das principais tendências a diminuição das áreas. Ou seja, de um ou quatro quartos, os novos apartamentos erguidos na cidade serão ainda mais... compactos. Em bom português, apertados mesmo.
O documento, elaborado pelo Centro de Pesquisa e Análise da Informação do Secovi Rio (Cepai), traz ainda outras tendências do mercado para os próximos anos: estabilização dos preços, crescimento das unidades de apenas um quarto e a constante migração rumo ao Centro.
— Os imóveis, que estavam com valores defasados, atingiram preços reais. Então, daqui para frente, a tendência é de estabilização — acredita Maria Teresa Mendonça Dias, vice-presidente Financeira e de Desenvolvimento do sindicato.
Segundo o estudo realizado pela entidade, isso já pôde ser percebido pelo comportamento dos preços no ano passado. A variação ao longo de 2011 foi, em muitos casos, bem inferior à registrada no ano anterior. Em Ipanema, por exemplo, em 2010, apartamentos de três quartos tiveram, em média, aumento médio de 72,2%. Já no ano passado, essa valorização ficou em torno dos 17%. Em Laranjeiras, caiu de 40,2% para 18,2%; e, na Tijuca, de 51,5% para 32,2%.
População maior, espaço menor
Com o Rio em voga, atraindo estrangeiros e brasileiros de outras cidades, a demanda por imóveis só faz crescer. Já os terrenos estão cada vez mais em falta.
— No Rio, nós passamos hoje por uma grande falta de espaço, e a legislação também traz algumas restrições em relação às áreas edificáveis. Então, para otimizar espaço e aumentar a rentabilidade, as construtoras continuam diminuindo o tamanho dos imóveis — analisa Maria Teresa.
A contrapartida tem sido incrementar áreas comuns, que acabam funcionando como uma espécie de continuação dos apartamentos — só que com os custos de implantação rateados por todos.
— Hoje, os jovens estão trabalhando, ganhando melhor e querem sua independência: eles voltaram a sair de casa mais cedo — afirma Paulo Fabbriani, vice-presidente da Associação dos Dirigentes do Mercado Imobiliário (Ademi-RJ).
Também colabora para com a diminuição dos imóveis a redução do tamanho das famílias e o envelhecimento da população carioca. Idosos tendem a se mudar para unidades menores, até por praticidade. Para Maria Teresa, esses fatores indicam ainda que crescerá o número de lançamentos do quarto e sala:
— Nós nunca recebemos tanta gente de fora da cidade para morar aqui, seja a trabalho ou estudo. E esse tipo de imóvel é o que também atende melhor às necessidades dessas pessoas.
Que a demanda existe, ninguém duvida. O problema, dizem especialistas do mercado, é a legislação restritiva.
— Morador não falta, investidor também não. Mas só na Zona Norte é possível construir imóveis menores — diz Rubem Vasconcelos, presidente da Patrimóvel.
O vice-presidente da Ademi faz coro:
— Em quase toda a cidade, a área útil dos imóveis deve ser de 55 metros quadrados. O suficiente para dois quartos.
Mas números registrados por pesquisas da própria Ademi-RJ indicam que existe, sim, uma forte tendência de aumento no número de lançamentos de apartamentos de um quarto. Em 2008, foram só 18 unidades de quarto e sala em toda a cidade. No ano seguinte, 28. E, em 2011, 209 — em alta de 746%. E uma das áreas onde é possível construir imóveis menores é justamente na região do Porto, que vem sendo revitalizada pelos governos municipal e estadual. E é ela um dos motivos pelos quais, para o Secovi, deverá haver um crescimento em direção ao Centro.
— Os investimentos na região estão fazendo a demanda aumentar. Além disso, as pessoas têm procurado estar mais perto do trabalho — destaca Maria Teresa.
Fonte: O Globo Online - 31/03/2012
Compacto. A palavra da moda no mercado imobiliário, usada para definir aqueles lançamentos que, de tão pequenos, têm cada milímetro bem planejadinho, não deve sair de cena tão cedo. Pelo contrário. O “Panorama do mercado imobiliário 2011”, divulgado pelo Secovi-Rio na última semana, aponta como uma das principais tendências a diminuição das áreas. Ou seja, de um ou quatro quartos, os novos apartamentos erguidos na cidade serão ainda mais... compactos. Em bom português, apertados mesmo.
O documento, elaborado pelo Centro de Pesquisa e Análise da Informação do Secovi Rio (Cepai), traz ainda outras tendências do mercado para os próximos anos: estabilização dos preços, crescimento das unidades de apenas um quarto e a constante migração rumo ao Centro.
— Os imóveis, que estavam com valores defasados, atingiram preços reais. Então, daqui para frente, a tendência é de estabilização — acredita Maria Teresa Mendonça Dias, vice-presidente Financeira e de Desenvolvimento do sindicato.
Segundo o estudo realizado pela entidade, isso já pôde ser percebido pelo comportamento dos preços no ano passado. A variação ao longo de 2011 foi, em muitos casos, bem inferior à registrada no ano anterior. Em Ipanema, por exemplo, em 2010, apartamentos de três quartos tiveram, em média, aumento médio de 72,2%. Já no ano passado, essa valorização ficou em torno dos 17%. Em Laranjeiras, caiu de 40,2% para 18,2%; e, na Tijuca, de 51,5% para 32,2%.
População maior, espaço menor
Com o Rio em voga, atraindo estrangeiros e brasileiros de outras cidades, a demanda por imóveis só faz crescer. Já os terrenos estão cada vez mais em falta.
— No Rio, nós passamos hoje por uma grande falta de espaço, e a legislação também traz algumas restrições em relação às áreas edificáveis. Então, para otimizar espaço e aumentar a rentabilidade, as construtoras continuam diminuindo o tamanho dos imóveis — analisa Maria Teresa.
A contrapartida tem sido incrementar áreas comuns, que acabam funcionando como uma espécie de continuação dos apartamentos — só que com os custos de implantação rateados por todos.
— Hoje, os jovens estão trabalhando, ganhando melhor e querem sua independência: eles voltaram a sair de casa mais cedo — afirma Paulo Fabbriani, vice-presidente da Associação dos Dirigentes do Mercado Imobiliário (Ademi-RJ).
Também colabora para com a diminuição dos imóveis a redução do tamanho das famílias e o envelhecimento da população carioca. Idosos tendem a se mudar para unidades menores, até por praticidade. Para Maria Teresa, esses fatores indicam ainda que crescerá o número de lançamentos do quarto e sala:
— Nós nunca recebemos tanta gente de fora da cidade para morar aqui, seja a trabalho ou estudo. E esse tipo de imóvel é o que também atende melhor às necessidades dessas pessoas.
Que a demanda existe, ninguém duvida. O problema, dizem especialistas do mercado, é a legislação restritiva.
— Morador não falta, investidor também não. Mas só na Zona Norte é possível construir imóveis menores — diz Rubem Vasconcelos, presidente da Patrimóvel.
O vice-presidente da Ademi faz coro:
— Em quase toda a cidade, a área útil dos imóveis deve ser de 55 metros quadrados. O suficiente para dois quartos.
Mas números registrados por pesquisas da própria Ademi-RJ indicam que existe, sim, uma forte tendência de aumento no número de lançamentos de apartamentos de um quarto. Em 2008, foram só 18 unidades de quarto e sala em toda a cidade. No ano seguinte, 28. E, em 2011, 209 — em alta de 746%. E uma das áreas onde é possível construir imóveis menores é justamente na região do Porto, que vem sendo revitalizada pelos governos municipal e estadual. E é ela um dos motivos pelos quais, para o Secovi, deverá haver um crescimento em direção ao Centro.
— Os investimentos na região estão fazendo a demanda aumentar. Além disso, as pessoas têm procurado estar mais perto do trabalho — destaca Maria Teresa.
Fonte: O Globo Online - 31/03/2012
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