sexta-feira, 27 de agosto de 2010

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segunda-feira, 23 de agosto de 2010

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sábado, 21 de agosto de 2010

Déficit habitacional no país é de 8 millhões de moradias e se concentra nas famílias com renda de até três salários mínimos Do UOL Notícias

O déficit habitacional no país é de quase 8 milhões de moradias, de acordo com o Ministério das Cidades. Os últimos dados sobre o tema são de 2006 e têm como base a Pnad (pesquisa nacional por amostra de domicílios) realizada pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) com números daquele mesmo ano.

A pesquisa da Fundação João Pinheiro, que serve como base para o Ministério das Cidades, aponta a falta de um total de 7.934.719 moradias, número correspondente a 14,5% dos domicílios do país (total é de 54.610.413, segundo o instituto). Separadas as áreas urbana e rural, o déficit é um pouco mais elevado nesta última, correspondendo a 16,1% do total de domicílios. Na área urbana, corresponde a 14,1%.

O infográfico abaixo mostra quantas moradias seriam necessárias para acabar com o déficit habitacional em cada Estado e cada região do país. As tabelas mostram o número de moradias e o que ele representa, em termos percentuais, do total de moradias em cada localidade. Em São Paulo, por exemplo, faltam quase 1,5 milhão de casas ou apartamentos para atender a carência da população. O número corresponde a 11,7% do total de 12,593 milhões de moradias existentes no Estado, segundo a pesquisa.
Veja quantas moradias faltam em cada Estado e a relação desse número com o total de domicílios permanentes

O estudo separa as moradias em dois grupos: as que faltam para atender à população e aquelas consideradas inadequadas. Para definir o que é déficit habitacional, a pesquisa leva em conta vários indicadores, como coabitação familiar, ou seja, mais de uma família vivendo sob o mesmo teto, ou ainda o peso do aluguel na renda familiar, considerado em situação de famílias residentes em áreas urbanas, com renda média de até três salários mínimos, que está mais de 30% comprometida com o pagamento do aluguel. Também entram no cálculo de carência habitacional casas ou apartamentos alugados com adensamento excessivo, nos quais mora um número muito grande de pessoas.

No caso dos domicílios inadequados, a pesquisa leva em conta a carência de serviços como energia elétrica, abastecimento de água, rede de esgoto, falta de coleta de lixo e ainda a qualidade do material de cobertura das construções. Outro fator que caracteriza a residência como inadequada pelos pesquisadores é estar localizada em local indevido ou não ter banheiro.

A carência de infraestrutura foi verificada em mais de 11,2 milhões de moradias no país, que representam 24,1% dos domicílios urbanos. Percentualmente, o problema está mais presente nas regiões Norte, onde está presente em 56,4% das moradias, Centro-Oeste (51,4%), e Nordeste (40,8%).

Renda familiar
O levantamento também aponta em qual parcela da população a carência habitacional é maior. Mais de 90% das famílias que demandam uma nova moradia têm renda média mensal de até três salários mínimos, o que justifica que as ações sejam voltadas para este segmento.

Se forem consideradas as famílias da faixa de renda imediatamente superior, entre três e cinco salários mínimos, o grupo representa quase a totalidade do déficit habitacional do país nas áreas urbanas, de acordo com o estudo.

Na análise por regiões do país, a carência de moradia na parcela de renda menor (até R$ 1,3 mil) está mais presente na região Nordeste, onde corresponde a 95% do déficit habitacional. Na região Norte, o percentual é de 91,2%, no Sudeste, 89,9%. No Centro-Oeste, a concentração do déficit habitacional nas famílias com renda até três salários mínimos chega a 88,3% e no Sul, a 85,1%.

Déficit Habitacional - O Direito à Moradia por Luiz Fernando do Valle


O Homem surgiu em nosso planeta há milhares de anos, e sempre precisou proteger-se contra as intempéries do clima. Primeiro sobre as árvores, por questão de segurança, ou em cavernas, depois em construções rústicas, tendas, choupanas, casas, castelos, palácios, prédios, e tantas outras formas de “residência” para atender as mais variadas necessidades.

A visão do “lar” é antiga e sempre foi muito importante para as pessoas. É nele que guardamos nosso bem mais importante, a nossa família, além de ser onde moramos. A residência está ligada diretamente à idéia de proteção, espaço, segurança; é um bem de raiz. A moradia é, em resumo, o nosso porto seguro, e a sua aquisição representa uma das grandes conquistas de nossa vida.

Para a maioria das pessoas poder adquirir a sua “casa própria” é muito mais que a realização de um negócio, é a concretização de um grande sonho. A compra da residência é considerada uma das prioridades entre os principais objetivos que buscamos em nossas vidas.

A moradia própria é a certeza de que em qualquer situação nosso espaço estará garantido. Para estas pessoas, adquirir a sua residência é conquistar um status diferente de sua posição anterior. É como se essa residência lhe garantisse um atestado de que cumpriu com as expectativas dos seus familiares e grupo de relacionamento.

A falta de condições financeiras para que esse sonho se realize transformou-o em uma grande decepção e frustração. Hoje no Brasil já são mais de 8 milhões de famílias sem essas condições. Essas pessoas compõem o que chamamos de déficit habitacional, que é o número de habitações adequadas necessárias para atender a essa demanda.

O déficit habitacional está atrelado diretamente à capacidade financeira dos interessados em poder comprar as suas residências. Ele cresce à medida que aumentam as dificuldades para essas pessoas terem acesso ao financiamento, com as condições adequadas à sua renda familiar disponível. Ele depende, portanto, da diferença entre o salário líquido e o seu comprometimento com todas as suas necessidades básicas mensais. Para a análise de crédito, o importante é quanto por mês o interessado pode dispor para o pagamento da prestação do financiamento sem comprometer seus outros compromissos fixos já assumidos anteriormente.

Em um País como o nosso, onde milhões de pessoas têm renda familiar muito baixa e o custo do dinheiro é extremamente caro e difícil, cria-se essa situação de grande déficit habitacional com conseqüências danosas para toda a sociedade.

O perfil da pirâmide sócioeconômica do Brasil aponta que 33% das famílias têm renda familiar de até dois salários mínimos, sendo que 59% dos domicílios que estão no déficit por inadequação pertencem a essa mesma faixa de renda, e que 92% do déficit está concentrado nas famílias com renda de até cinco salários mínimos.

Esses números atestam que a faixa de renda mais baixa pode oferecer grandes oportunidades para investimentos, podendo, através de parcerias entre o poder público, empresas privadas e Caixa Econômica Federal, resolver uma parcela importante dessa falta de moradia econômica. Este problema deveria ser tratado de forma diferente da atual, em que a falta de coordenação entre as partes envolvidas leva a uma paralisia do processo e ao aumento constante desse déficit.

Recursos financeiros para atender a essa demanda existem e em quantidade suficiente para resolver o problema, já que os recursos provenientes do Fundo de Garantia por Tempo de Serviço (FGTS), administrado pela Caixa Econômica Federal, são destinados a essa finalidade. Em países como o México, um modelo semelhante (Infonavit) ao nosso produz mais de 750 mil residências por ano, número bem superior ao produzido no Brasil.

O problema da moradia popular é, antes de tudo, um problema político, pois envolve características de falta de vontade para se propor soluções que de fato resolvam em definitivo esse problema. O governo federal dispõem das condições necessárias, basta que se organize e queira fazer, com menos discurso e mais ação.
A moradia é um item essencial para que as pessoas tenham a sua qualidade de vida preservada, pois a posse dela nos permite ter esperança em dias melhores.
Em uma comunidade sustentável não há déficit habitacional, pois o direito à “casa própria” é inerente à nossa essência de buscar proteção e segurança. Seria importante que essas fossem também residências sustentáveis, pois aí os três aspectos: social, econômico e ecológico (veja o triângulo da sustentabilidade) estariam sendo atendidos e estaria sendo desenvolvida uma sociedade mais feliz e justa.

CONSTRUIR PARA ALUGAR ... Comprar pronto e alugar

Talvez o título deste artigo não corresponda à melhor tradução da expressão inglesa built-to-suit, mas certamente é aquela que melhor revela sua finalidade.

Construir para alugar é um modelo de negócio que não encontra regramento na legislação brasileira, sendo, justamente por isso, considerado um contrato atípico, onde se misturam pactos de compra e venda, de empreitada e de locação.

Apesar dessa falta de normatização específica, trata-se de operação imobiliária perfeitamente legal, comumente usada nos países do chamado Primeiro Mundo, que nos últimos anos começou a ser empregada no Brasil, envolvendo inicialmente grandes corporações empresariais.

Mas, em linhas gerais, como funciona o built-to-suit? É uma transação que no mais das vezes envolve três participantes: um investidor, que tenciona obter uma boa renda; um inquilino, que necessita de um prédio com determinadas características para locar por longo tempo; e, um construtor, que executará a obra a mando do investidor, porém atento às especificações ditadas pelo locatário.

E, por que tudo isso? Basicamente, porque há, de um lado, um inquilino que deseja ter uma edificação especial própria, mas não tem interesse em realizar investimento de vulto, e, de outro lado, um capitalista, cujo escopo é fazer com que seu dinheiro gere aluguéis generosos, que normalmente alcançam a casa do 1% ao mês sobe o montante aplicado.

Observe-se que, para o inquilino, a construção de imóvel próprio traduz-se em capital imobilizado, sem capacidade de produção de riqueza, enquanto que os custos da locação são contabilizados como despesa, o que torna a segunda opção ainda mais vantajosa contabilmente.

Além do mais, como o imóvel é construído sob medida para si, pelo investidor, isso é traduzido em ganhos reais de produtividade, já que foi criado um espaço adequado aos funcionários. (Pesquisas apontam que fatores como qualidade do ar, iluminação, barulho e disposição ergonômica dos móveis, influenciam na produtividade.)

O capitalista, por seu turno, também tem várias vantagens: uma boa renda mensal, de largo prazo – normalmente, de 15 a 20 anos -, proveniente do aluguel pago pelo inquilino; a valorização contínua e crescente do seu investimento imobiliário; o capital e a renda garantidos por um bem imóvel; e, em certas situações, tributação sobre os aluguéis inferior àquela imposta aos locadores comuns.

Há que se considerar, ademais, que o investidor terá um inquilino fixo por anos a fio, não correndo o risco de ver o seu imóvel desocupado da data da saída de um locatário até que ocorra a contratação com um outro, e provavelmente não dependerá de uma imobiliária para administrar a locação para si – uma economia de cerca de 10%.

CARLOS ALCEU MACHADO
Advogado pós-graduado em Direito Imobiliário, Consultor, Palestrante e Coach Para o Mercado de Imóveis

Barretos 2010 - investimentos no mercado imobiliario

quinta-feira, 12 de agosto de 2010

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quinta-feira, 5 de agosto de 2010

Visto USA negado a pessoas especiais -Porque tanto preconceito...

Deficiência Intelectual e Empoderamento


Discurso pronunciado na 16ª Conferência Asiática sobre Deficiência Intelectual.
Japão - de 21 a 26 de agosto de 2003.

Palestrante: Robert Martin.
Tradução: Romeu Kazumi Sassaki.
Questões de vida.

Por que a minha vida tem sido tão diferente, comparada com a de vocês? O que faz de nós, pessoas com deficiência intelectual, tão diferentes? Por que somos, com freqüência, consideradas pessoas de pouco valor? Por que temos de morar com outros como nós, até compartilhando o mesmo quarto com um estranho que nem ao menos é nosso amigo?

Por que não vamos à mesma escola com nossos irmãos e irmãs? Por que temos de freqüentar uma escola separada, já que temos suficiente sorte de ir à escola? Por que somos os últimos a conseguir um emprego real e exercer um trabalho real, quando somos capazes de trabalhar? Por que estamos entre os mais pobres dos pobres?

Por que só alguns de nós somos casados ou moramos com um(a) companheiro(a)? Por que nossas famílias são tão maltratadas por sermos seus filhos? Por que esta diferença conosco, mesmo quando moramos na mesma rua?

Por que somos vistos como seres humanos inferiores e a nossa existência é questionada por algumas pessoas?

Por que os governos e as Nações Unidas não nos incluem quando estão discutindo leis ou declarações que nos afetam?

Muitos parecem ainda não entender o motivo pelo qual estas questões são tão importantes para nós. Precisei encarar estas questões à medida que me tornava uma pessoa real. Vi o dano causado a pessoas como eu pelo fato de viverem em instituições. Não só nas instituições, mas também na comunidade. Vejo muitos de meus amigos ainda lutando para serem eles mesmos, para serem aceitos pelo que eles são.

Falarei para vocês sobre o que o empoderamento e a plena participação significam para mim. O que elas significam para nós que temos uma deficiência intelectual.

Existem 60 milhões de pessoas como eu, com deficiência intelectual, no mundo. Aceito a minha deficiência e tudo o que ela significa para mim. Fico bravo quando pessoas me dizem: "você não tem deficiência". Elas nada sabem sobre a minha vida e a luta que houve para mim e para meus amigos.


Minha infância.

Em primeiro lugar, vou dizer algo da minha infância. Minha história não é especial. Não fui tratado tão diferentemente de muitos dos meus amigos. A oportunidade de viajar pelo mundo me mostrou que nossas histórias são bem parecidas.

Fui internado em uma instituição quando era bem pequeno; ainda era apenas um bebê. Na instituição, havia várias centenas de pessoas como eu. Fomos trancados longe do resto da comunidade. Eu podia visitar minha família apenas alguns dias por ano. Permitiam que eu fosse para casa por um curto tempo, mas sempre me levavam de volta à instituição.

Eu gritava por minha família, mas ninguém vinha. Gritava por minha irmã, mas ela também estava internada numa instituição. Aprendi a parar de gritar porque nada iria mudar. Lembro-me de que, quando tinha uns 7 anos de idade, fui forçado a ficar com uma família. Lá fui tratado como um escravo.

Eu tinha de alimentar os porcos. Mal podia levantar o balde. Afinal de contas, eu tinha só 7 anos de idade. Fui obrigado a trabalhar como um adulto e era punido quando não terminava todo o meu trabalho. Quando tentava fugir, era levado de volta por um funcionário do bem-estar. Ele me dizia que estavam tentando me proteger. Proteger-me do quê?

Fui removido de uma instituição para outra. Quando tinha uns 14 anos de idade, internaram-me em um hospital psiquiátrico. Lá estava lotado de adultos. Eu era tão pequeno que eles não tinham roupas que me servissem. Eu era um pequeno garoto dentro de uma roupa de adulto. Lembro que, naquele momento, pensei em dar um fim à minha vida. Não via razão alguma para continuar vivo.

Fui levado a uma outra instituição, que era uma escola para crianças problemáticas. Lá conheci o esporte. Pela primeira vez na minha vida, encontrei algo em que eu era bom. Finalmente, eu era algo mais que uma deficiência intelectual. Perceberam que eu tinha algo a oferecer.

Foi nesta época que fui vítima de abuso sexual, cometido por um membro da equipe, mas nada foi feito sobre isto.

Pudera eu dizer que só a minha infância foi injusta, que só eu fui um infeliz, que só eu fui um azarado. Mas a verdade é que aconteceu quase a mesma coisa para muitos dos meus amigos.


Pessoas com deficiência intelectual.

Tive a oportunidade de conhecer muitas pessoas com deficiência intelectual de outras partes do mundo. Nem todas elas viveram em instituições. Elas não passaram pela experiência de viver no inferno de um hospital psiquiátrico. Mas suas histórias são parecidas com a minha. Por muito tempo, pensei no motivo por que as coisas eram assim.

Tive um amigo sueco chamado Ake Johansson, que infelizmente morreu uns dois anos atrás. Alguns de vocês devem ter conhecido Ake. E saber que ele passou maior parte da vida em instituições. Ake me disse: "Viver numa instituição não é um modo correto de vida".

É negado o nosso direito de crescer em uma família com nossos irmãos e irmãs. São negados os nossos direitos como cidadãos. São negados os nossos direitos como seres humanos. É negado o nosso direito a uma educação adequada. Se temos uma deficiência intelectual, com freqüência seremos, lamentavelmente, tratados desta forma.

Muitos de nós, que já vivemos em instituições residenciais, tivemos uma experiência semelhante. Mesmo se tivéssemos vivido com a nossa família, podemos ter sido maltratados ou vítimas de abuso sexual. Assim, muitos de nós não pudemos usufruir uma vida normal na comunidade.

Não temos vivido em um mundo normal. Com freqüência, fomos agrupados por causa da nossa deficiência. Perdemos nossos direitos como cidadãos. Outros se apoderaram do nosso direito de tomar decisões pessoais. Com freqüência, fomos esterilizados e nos disseram que o nosso apêndice foi retirado. Depois na idade adulta, descobrimos que o nosso direito de ter filhos havia sido eliminado. Se tivéssemos sorte, podíamos freqüentar uma escola especial segregada. Caso contrário, não podíamos freqüentar escola nenhuma.

Nossas famílias não estavam em situação melhor. Com freqüência, elas viram seus amigos fugirem. Mesmo seus parentes mais próximos paravam de visitá-las. Elas se tornaram famílias deficientes. Quando pude ver o que havia acontecido com a minha família, comecei a entender como a minha deficiência havia afetado a família inteira. Não afetou apenas minha mãe, meu pai e minha irmã, havia afetado também os demais familiares.


Desempoderados.

Em conseqüência, nunca aprendemos a tomar nossas decisões. Fomos vistos como incapazes de tomar decisões responsáveis. Outras pessoas tomavam nosso poder pessoal e nos controlavam totalmente. Fomos desempoderados; não participávamos na vida pessoal ou comunitária.

Fomos excluídos da nossa comunidade. Porém, com freqüência, é a comunidade - as pessoas que podemos chamar de amigas - que nos ajuda a tomar decisões.


Segregação e discriminação.

Quero agora falar sobre um outro fator importante que tem tornado difícil a vida para nós, pessoas com deficiência intelectual. Trata-se da segregação, que nos mantém afastados. Cresci em uma comunidade que segregava pessoas consideradas diferentes. Fui segregado porque tinha uma deficiência. As crianças da vizinhança não tinham permissão para brincar comigo. Talvez pensassem que seriam contaminadas pela minha deficiência. Não fui à escola com os amigos. Aos poucos, perdi meus amigos. Não praticava esportes na escola ou nos fins de semana. Não podia ir a festas de aniversário, visitar o zoológico, alimentar os patos ou ir ao jogo de futebol com meu pai.

Não ia a reuniões de família, como aniversários, casamentos. Não visitava meus parentes. Não sabia quem eram meus parentes.

Mais tarde, aprendi que aconteceu quase a mesma coisa aos meus pais. Eles não tinham o apoio da família e dos amigos. Ninguém estava lá para ajudá-los a entender a minha deficiência. As famílias e os amigos deles desapareceram. Eles se tornaram uma família deficiente por minha causa. Levou um bom tempo para eu entender aquilo.

Aprendi que a discriminação e a segregação se tornam uma parte aceita da comunidade. Nossos pais começam a aceitar que isso está correto. Mesmo nós com deficiência começamos a aceitar que isso está correto. As pessoas pensam que todos estão em seus lugares legítimos e a comunidade começa a parabenizar a si mesma pela forma como ela cuida das pessoas menos favorecidas. Ela diz: "Olhem como essas pessoas têm um lugar maravilhoso para viver", "Olhem a maravilhosa equipe técnica que cuida delas", "Olhem quanto dinheiro gastamos para cuidar dessas pessoas infelizes".

Eu faria uma pergunta simples: Se é tão maravilhoso assim, por que ninguém quer crescer como eu cresci? Estar segregado da comunidade nos impede de participar em esportes. Impede que façamos coisas que os outros tomam como naturais. Mas, acima de tudo, impede que sejamos as pessoas que temos o direito de ser.

O nosso esporte nacional na Nova Zelândia é o rúgbi e o nosso time nacional é o All Blacks. Quando vivia na instituição, eu nunca soube quem eram os All Blacks. Nunca os vi na televisão nem os ouvi pelo rádio. Na instituição, ganhei uma bola de rúgbi, que aprendi a chutar para o telhado. Isto significava que alguém precisava trazer a bola para baixo. Alguém tinha de tomar conhecimento de mim. Pelo menos consegui uma coisa boa: aprendi a chutar uma bola.

Se vamos ter plena participação, esta precisa começar na comunidade onde nascemos. Trata-se do lugar que escolhemos para nele viver. Manter as pessoas afastadas de sua comunidade nunca pode ser justificado. É preciso parar de segregar pessoas por terem uma deficiência.


Quem tomou meu poder.

Tenho pensado com freqüência sobre quem tomou meu poder. Por que eu não era como os outros? O que era tão diferente em minha vida? Como me tornei um desempoderado? O que aconteceu?

Acredito que foram exatamente as pessoas que mais alegavam importarem-se comigo quem tomou muito do meu poder. Eram profissionais, professores e funcionários que escolheram controlar minha vida. Os médicos controlavam completamente a minha vida na instituição. Eles eram mais poderosos que deus. Meus pais nada podiam dizer. Os médicos sabiam melhor.

Enquanto alguns eram gentis, outros eram maldosos e dificultavam nossa vida. Eles falavam sobre nós como se não fossemos pessoas, como se fossemos invisíveis ou ausentes. Alguns se importavam conosco, mas para muitos deles isso era apenas um emprego.

Lembro-me de que fiquei doente na instituição e ninguém percebeu isso por vários dias. Simplesmente fiquei deitado no assoalho. Também me deram um remédio errado e quase morri.

Estou agora envolvido com treinamento de funcionários e, faz pouco tempo, ouvi um deles falando para conduzirem as "cadeiras de rodas" para o almoço. Eles esqueceram totalmente que havia pessoas nas cadeiras de rodas. Talvez eles realmente pensassem que as cadeiras de rodas é que almoçariam. Que esquisito!


Decidindo por si mesmos.

Quando o nosso poder é arrancado da gente, os outros tomam conta da nossa vida. Não conseguimos tomar nenhuma decisão que seja importante para nós. Perdemos nossa confiança. A gente se acostuma a que outros decidam tudo por nós.

Isto é uma verdade até para pequenas coisas em nossa vida. Por exemplo, que roupas vestirei? O que eu quero junto com o chá? Isto pode começar quando ainda somos muito pequenos e nunca nos dão a oportunidade de aprender a tomar decisões. Isto está errado. Parte do crescimento é aprender a tomar decisões por si mesmo.

Quando comecei a atuar como autodefensor, tive de aprender muitas palavras. Precisei aprender o que as palavras "empoderamento" e "plena participação" significavam. Não foi fácil, porque eram muitas palavras que eu não havia ouvido antes.


Empoderados e autodefensores.

Permitam que eu fale sobre o que o empoderamento significa para nós, que escolhemos ser chamados de autodefensores. Nós definimos "empoderamento" como ter realmente o que dizer nas decisões. Ake Johanssen me contou como ele e seus amigos na Suécia começaram a se empoderar. Ele disse que o empoderamento foi um grande passo à frente para ele pessoalmente e o habilitou a atuar em diretorias e viajar a muitos países, incluindo o Japão, para participar de reuniões.

Empoderamento, para mim, é tomar minhas decisões. Ele começa com pequenas coisas. Que roupas usarei hoje? O que vou comer? Qual programa de televisão quero ver? Empoderar-se de minha vida.

Muitos de vocês foram capazes de tomar estas decisões quando ainda jovens. Eu já era mais velho e tive de lutar muito pelo direito de tomar estas pequenas decisões. À medida que aprendemos a tomar decisões, crescemos como pessoas. Aprendemos a tomar decisões maiores ao longo da vida. Onde quero morar? Com quem desejo morar? Que tipo de emprego quero ter? Quero me casar?

Logo aprendi que, quando tomamos decisões, temos responsabilidades. Existem conseqüências e algumas delas são boas e outras são ruins. Esta é a área que nos causa os maiores problemas. Com freqüência, outras pessoas, incluindo nossa família, pensam que nós nunca seremos responsáveis. Elas pensam que precisamos ser protegidos sempre.

Tive de aprender a ser responsável por mim mesmo e isto não foi uma coisa fácil. Cometi erros e muitas vezes me meti em encrencas. Mas, eu realmente aprendi, apesar das poucas pessoas que acreditavam que eu conseguiria.

O empoderamento não é uma coisa que nós temos, de repente, a partir de um determinado dia. Leva tempo para aprendermos a tomar decisões. Começamos com pequenas coisas primeiro e, à medida que nossa confiança aumenta, aprendemos a tomar decisões maiores. Começamos a aprender sobre responsabilidade e conseqüências.

Porque estas coisas nos foram negadas no passado, sentimos agora uma grande pressa para tomar decisões. Queremos decidir em tudo. Mas precisamos aprender a fazer isso lentamente.

Um dos grandes erros cometidos por profissionais é quando eles acreditam que nós devemos ser responsabilizados pelas decisões que eles tomaram por nós. Isto foi o que me deixou muito bravo. Eles decidiam como a minha vida deveria ser e depois me puniam quando eles pensavam que eu não estava agindo com responsabilidade. Aquelas não foram minhas decisões; então por que eu deveria ser responsável por elas?

Quando somos segregados de nossos concidadãos, perdemos a nossa capacidade de tomar decisões. Pensamos que somos inúteis e somos punidos como se fossemos pessoas ruins. Quando somos discriminados, acreditamos que foi também por nossa culpa; nós é que erramos.

Logo aprendi que, se eu defendesse o que pensei serem meus direitos, eu é que acabaria em encrencas, eu seria um encrenqueiro. As pessoas que tomaram meu poder não estavam preparadas para me permitir ser uma pessoa inteira. Elas não queriam que eu tomasse minhas decisões.

Porém, tive alguns profissionais que me incentivavam a tomar minhas decisões. Minha família me ensinou a defender meus direitos, mas não me apoiava para praticar esportes ou ser uma parte da comunidade. E, geralmente, as pessoas não vêem por que seria necessário que eu tomasse minhas decisões.

A maioria das pessoas não estava me ouvindo. Compreendi que eu teria de lutar para ser ouvido. Então comecei a tomar minhas decisões com os meus punhos, a socos. Hoje não tenho muito orgulho daquilo, mas naquela época sentia que eu não tinha outra escolha. Foi o que me levou a grandes encrencas e fui visto como um encrenqueiro, uma pessoa ruim.

Por que estou contando esta história para vocês? É porque vejo tantos amigos meus com deficiência intelectual que ainda decidem a socos por estarem frustrados, e por ninguém estar realmente ouvindo.

Aprendi que havia um meio melhor. Aprendi a ouvir meus amigos e aprendemos como apoiar um ao outro. Durante muitos anos fui capaz de aprender a tomar decisões. Comecei a entender o que era responsabilidade. Pessoas começaram a ver que eu era mais que um encrenqueiro.

Eu me reuni com alguns amigos que viviam como eu. Decidimos que as coisas teriam de mudar. Fazer mudanças não era fácil. Muitos profissionais e até nossos familiares não queriam que tivéssemos o que dizer. Muitas vezes, agimos errado porque havia tanto para aprender. Porém, aprendemos com nossos erros. Acho que nos tornamos empoderados ao começarmos a participar em tomada de decisões que afetam nossa vida.


O que o empoderamento significa para mim?

Creio que cada indivíduo é uma pessoa e deveria ser respeitado pelo que cada um é, e pelas coisas que ele traz como pessoa. Trata-se de eu ter um real input na minha vida diária, seja lá o que esse input significa. É ter a confiança para acreditar em mim e na decisão que tomo.

É ter auto-estima suficiente para acreditar que tenho valor e trago valor para outros. É saber que outros me ouvirão e respeitarão meus desejos e opiniões. É ser respeitado como alguém de igual valor e não ser visto de cima para baixo, como se eu fosse um ser inferior ou não fosse capaz de entender.

É ter o direito de tomar decisões e procurar ajuda das pessoas que eu escolher para me ajudarem. É saber que tenho algo a dizer sobre onde quero morar e qual trabalho quero exercer. É viver com minha família, com minha esposa e nosso gato em nossa casa. Acima de tudo, empoderamento é ter uma voz para dizer o que desejo e saber que tenho escolhas em minha vida.


O que a plena participação significa para mim?

* É saber que tenho uma vida e o que desejo atingir. É a comunidade me aceitando pelo que sou e não esperando que eu seja o mesmo que todo mundo, porque cada pessoa na comunidade é diferente e assim deve ser aceita.
* É viver na comunidade onde minha família e eu escolhemos viver. Onde aprendemos a progredir com nossos vizinhos e eles conosco. Como adultos, precisamos ser capazes de decidir onde moraremos e com quem moraremos.
* É ter amigos reais, amigos que escolhemos, amigos que nos apóiam, não amigos escolhidos para nós. É ser capaz de ir a uma escola da comunidade que atenda às nossas necessidades. É ter o apoio que fortalecerá as habilidades que aprendi.
* É ter minhas escolhas diárias e receber atenção às minhas decisões. É ser capaz de ter o que dizer sobre assuntos que são importantes para mim. É ter acesso a ajudas, tais como cadeiras de rodas, painéis de comunicação, aparelhos auditivos, que nos permitam participar na comunidade.
* Trata-se de ter a oportunidade de praticar esportes na comunidade ao lado de vizinhos e amigos. O esporte nos ajuda a fazer amigos e ajuda os outros a nos valorizar como pessoas reais. Pratiquei esporte toda a minha vida adulta. Envolvi-me com esportes para pessoas com deficiência, como as Olimpíadas Especiais. Pratiquei esportes como o críquete e o futebol em times comuns na comunidade. Necessitamos ter a oportunidade de fazer isto.
* Plena participação é ter a mesma oportunidade que os outros para trabalhar na comunidade em um emprego real por um pagamento real. Plena participação é fazer parte da comunidade e usufruir os mesmos direitos, responsabilidades e status como todo mundo.
* Com freqüência me dizem que empoderamento e plena participação são ótimos para pessoas como eu, mas e quanto às pessoas que, devido à sua deficiência, não podem andar ou falar? Adoro esta questão.
* Para mim, empoderamento e participação são essenciais igualmente para aqueles meus amigos que não andam e não falam. Só porque não podemos falar, isto não significa que não temos uma opinião.


A história de Mark.

Costumo contar a história de Mark. Ele é uma pessoa real. Ele não pode falar de uma maneira normal. Ele não pode andar também. O que aprendi de Mark é que todos nós sorrimos quando estamos felizes e expressamos desagrado quando estamos tristes. Mark fala usando seu rosto. Quando as coisas andam a favor dele, ele sorri expressando seu agrado. Quando as coisas não andam a seu favor, ele expressa desagrado e parece estar muito triste.

Quando vocês realmente conhecerem Mark, entenderão o que a sobrancelha levantada significa. Mark queria morar mais perto de casa. Nós todos finalmente entendemos a mensagem claramente. Ele agora mora na comunidade. Sua família está por perto. Ele vai ao trabalho diariamente em sua cadeira de rodas. As pessoas sabem quem ele é. Ele tem família. Ele tem amigos. Ele tem uma vida real agora, mas nem sempre foi assim para Mark.

Existem muitos Marks neste mundo. Eles nunca serão médicos ou professores ou farão o trabalho que faço. Porém, isto não significa que eles não possam ter o que dizer nas decisões que interessam a eles. Não significa que eles não possam fazer parte da comunidade. Tudo o que é necessário é que reservemos tempo para ouvi-los. Precisamos aprender a oferecer apoios que respeitem o poder da pessoa. Precisamos parar de tomar o poder das pessoas.


Deficiência intelectual e linguagem.

Agora gostaria de falar sobre a linguagem utilizada no mundo da deficiência intelectual. Todos nós usamos linguagem ou palavras diariamente. Usamos palavras para descrever nossos pensamentos e sentimentos.

Usamos linguagem para descrever as coisas que são importantes para nós como pessoas. Usamos linguagem para dizer às pessoas que nós as amamos e, infelizmente, às vezes dizemos que as odiamos. Usamos linguagem em nossos momentos calmos quando estamos em paz com o mundo.

Usamos linguagens bem diferentes, que não usarei hoje, quando estamos bravos ou muito incomodados. Usamos linguagem escrita para escrever nossos contratos e nossas leis. Nossa linguagem se torna parte da nossa cultura. Usamos palavras para expressar nossos pensamentos, sentimentos e leis.

Lamentavelmente, a linguagem é utilizada também para discriminar contra aqueles dentre nós que temos uma deficiência. Bem cedo na vida, crianças aprendem a linguagem da discriminação e da segregação copiando de seus pais e mães. Foram crianças da minha idade que me chamaram de burro e idiota, quando eu tinha três ou quatro anos. Foi a rejeição por parte de outras crianças que causaram real dano a mim quando era criança.

Autoridades civis usam a linguagem para escrever leis que discriminam contra nós, dizendo onde podemos morar, com quem podemos morar e quais serviços comunitários podemos usar. A linguagem utilizada para nos rotular foi bem eficaz em tirar nosso poder pessoal. Ela tirou nossa capacidade de tomar nossas decisões ou de expressar a nossa opinião.

Eu realmente luto contra algumas palavras utilizadas por algumas pessoas para nos descrever. Muitos ainda usam o termo "retardado mental". Esta Conferência é organizada pela Federação Asiática para Retardados Mentais. Talvez seja a hora de pensarmos sobre este nome, pois podemos mudar as palavras que usamos sem perdermos nossa identidade. Devemos usar palavras que respeitem a dignidade da pessoa. Outras organizações, a exemplo da Inclusion International, fizeram tais mudanças no nome. Foi uma luta para algumas pessoas, mas depois que a mudança foi feita, ninguém quer voltar para as antigas palavras.

Tenho uma amiga, a Barbe, que é muito esperta. Se alguém a chamar de "retardada mental", ela o chama de "normata" (Palavra formada pela fusão de "normal" com "primata". N.T.). As pessoas entendem a mensagem.

Estou sabendo que as palavras têm significados diferentes para diferentes pessoas. Também sei que o que é aceitável para algumas pessoas, é ofensivo para outras. O uso de palavras muda. O que foi aceitável 20 anos atrás pode não ser OK hoje. Cuidado para que a pessoa não se torne o rótulo. Digo que rótulos são para potes de geléia. O melhor rótulo para mim é o meu nome. Eu sou Robert Martin e sou neozelandês. Sou uma pessoa primeiro e minha deficiência é apenas uma parte da minha vida. Minha deficiência não me possui. Meu apelo a vocês é: "Estejam atentos ao poder da linguagem. Estejam atentos aos rótulos negativos".


Deficiência intelectual e apoios.

Agora quero falar sobre algumas das formas pelas quais nossa necessidade de apoio tem sido vista por outras pessoas. Em primeiro lugar, principalmente na cultura ocidental, havia o modelo médico.

Éramos vistos como tendo uma doença e necessitando ser assistidos em um hospital. No modelo médico, o médico sabia melhor. Os profissionais controlavam nossa vida. As decisões eram tomadas sem a nossa presença.

Com freqüência, éramos os sujeitos de experimentações das quais nada sabíamos. Éramos vistos como estando doentes e, devido à nossa deficiência, nós não teríamos uma expectativa normal de vida. Muitas vezes, o suporte médico era retirado quando atingíamos entre 40 e 50 anos de idade porque, aos olhos dos médicos, nós havíamos chegado ao fim da nossa vida natural. Então nós confirmávamos as expectativas deles e morríamos. Estive em hospitais que prestavam essa assistência e garanto a vocês que não vão querer ver o que eu vi lá sendo feito às pessoas.

Nós rejeitamos o modelo médico, mas governos em todo o mundo ainda colocam pessoas com deficiência intelectual na mesma categoria de pessoas com transtorno mental.

Em alguns países, um modelo jurídico foi desenvolvido para pessoas com deficiência. Ele se baseia no princípio de que uma pessoa pode buscar compensação quando for submetida a tratamento cruel ou desumano. Isto pode mudar a forma como os serviços são prestados, porque profissionais e prestadores de serviços logo aprendem que, se eles continuarem com más práticas, serão processados e poderão ser proibidos de exercer suas funções.

Isto funciona somente quando houver leis fortes que determinem a responsabilidade dos profissionais e quando pessoas com deficiência têm o apoio para buscar compensação por erros profissionais.


Movimento de direitos humanos.

O movimento de direitos humanos tem sido bastante eficaz em melhorar a condição de vida de muitas pessoas em todo o mundo, incluindo alguns de nós, que temos deficiência intelectual.

Ele é baseado nos direitos da pessoa e no desenvolvimento e proteção destes direitos. Muitas pessoas com deficiência intelectual ainda são trancafiadas em instituições. Muitas vezes, elas precisam raspar a cabeça, podem ficar confinadas dentro de gaiolas e recebem péssima alimentação. Ainda hoje, algumas estão morrendo de desnutrição ou por causa da falta de cuidados.

Ainda existem depósitos, que alguns chamam de instituições, onde mais de mil pessoas são obrigadas a viver juntas. Muitas vivem na comunidade que, na melhor das hipóteses, as tolera e, na pior, lhes dá rótulos como "mongóis", "burras", "imbecis", e usa palavras que destroem nossa crença em nós mesmos como pessoas.

Recentemente, falei nas Nações Unidas sobre a importância dos direitos de todas as pessoas com deficiência. Hoje temos as Normas sobre Equiparação de Oportunidades para Pessoas com Deficiência, que estabelecem algumas proteções para nós. Porém, estas normas precisam ser atualizadas e isto está sendo feito agora. Muitos de nós estamos apoiando a Convenção Internacional sobre os Direitos e a Dignidade das Pessoas com Deficiência, das Nações Unidas, que, esperamos, ajudará a proteger os direitos de todas as pessoas com deficiência.

Os governos deverão promulgar esta Convenção e implementá-la com as necessárias adequações a cada país. Infelizmente, alguns governos acham que os direitos já são tão bons em seus países que não haverá necessidade de promulgar a Convenção. O movimento de direitos humanos está começando a incluir pessoas com deficiência nos países que apóiam leis sobre direitos humanos.

Porém, nos países onde tais direitos são vistos como totalmente sem importância, o movimento não tem feito diferença.

No meu trabalho de autodefensoria, aprendi que os direitos humanos podem ser eficazes quando nós pudermos entender nossos direitos. Caso contrário, estaremos à mercê dos profissionais que entendem estas coisas.


Inclusão e comunidade para todos.

Quero voltar a algumas questões que levantei no começo. Por que a nossa vida tem sido tão diferente? Por que, muitas vezes, somos vistos como pessoas de pouco valor? Por que muitos de nós temos de compartilhar nosso quarto com um estranho? Por que temos de ir a uma escola separada? Por que somos os últimos a conseguir um emprego real?

Acredito que há saídas, as coisas podem mudar. Em resumo, o nosso futuro está ligado a uma palavra, a um conceito, que é "inclusão".

Tenho uma visão para o futuro. É uma visão compartilhada por muitos dos meus amigos. Quero que vocês também compartilhem esta visão, não por sentirem pena de nós, mas por acreditarem que estamos certos.

Nossa visão é sobre uma comunidade inclusiva, uma comunidade com lugar para todos.


Construindo uma comunidade inclusiva.

Em primeiro lugar, precisamos concordar sobre o que entendemos por comunidade. Uma comunidade é parte da sociedade onde vivemos. São as pessoas, que são nossos vizinhos, que moram nas mesmas ruas. A comunidade nos dá um lugar, uma identidade. Eu moro na comunidade de Eastown, na cidade de Wanganui, Nova Zelândia.

Uma comunidade pode ser um grupo de pessoas que têm uma crença em comum. Faço parte da comunidade da minha igreja.

Uma comunidade pode ser um grupo de pessoas que têm um interesse em comum. Faço parte da comunidade esportiva de Wanganui.

A maioria das pessoas pertence a mais de uma comunidade. Porém, quando uma pessoa tem uma deficiência, ela geralmente pertence a uma única comunidade, a comunidade de pessoas com deficiência. Quando era criança, pertenci somente à comunidade de pessoas com deficiência. Meus amigos também pertenceram a este "clube exclusivo".

Quando pertencemos a uma comunidade, formamos relacionamentos com outros. Conhecemos outras pessoas e elas nos conhecem. Encontramos pessoas que irão nos ajudar e a fazer amigos.

Chamo isto de conexões, que são relacionamentos que fazem a comunidade funcionar. Uma comunidade saudável necessita muito destas conexões. Precisamos conectar com nossos vizinhos, pessoas que moram em nossa rua. Precisamos conectar com pessoas que compartilham um interesse em comum. Precisamos conectar com pessoas que compartilham uma crença em comum.

Através destas conexões, aprendemos a respeitar um ao outro, nossos filhos brincam juntos, eles comemoram aniversários, vão juntos à escola. Temos famílias e amigos que irão nos ajudar quando estivermos procurando um emprego. Quantos de vocês aqui conseguiram seu primeiro emprego através de um amigo ou de um amigo de um amigo?

Com freqüência, conhecemos um(a) futuro(a) companheiro(a) através de amigos que fazemos na comunidade. Temos pessoas a quem recorremos para obter uma orientação ou um emprego. Temos pessoas em quem nos espelhamos; elas são nossos modelos sociais e nossos heróis.

Aqueles como nós, com deficiência, têm bastante a ganhar vivendo em uma comunidade saudável, mas no passado éramos as pessoas que geralmente ficavam excluídas. Desejamos mudar isto.


A comunidade que desejamos.

* Desejamos viver em uma comunidade que não tente mudar a gente para nos padronizar. Isto não pode acontecer. Cada pessoa é única. O mesmo vale para pessoas com deficiência.
* Desejamos viver em uma comunidade que não nos exclua por causa da nossa deficiência. Que veja as capacidades que temos e as valorize, como outras capacidades são valorizadas.
* Desejamos viver em uma comunidade que não nos segregue, que não tente nos separar de outras pessoas.
* Desejamos viver em uma comunidade que nos consulte quando nossas necessidades estão sendo discutidas. Uma comunidade que não mais tome decisões em nosso nome. Um lema que vocês irão ouvir cada vez mais, defendido por pessoas com deficiência, é: "Nada sobre nós, sem nós".
* Desejamos viver em uma comunidade que ajude nossa família a entender nossa deficiência e como nossas necessidades podem ser atendidas.
* Desejamos viver em uma comunidade que apóie nosso direito de ir à escola com todas as outras crianças que moram na mesma vizinhança.
* Desejamos viver em uma comunidade que nos incentive a aprender sobre tomada de decisões e sobre sermos responsáveis pelas decisões que tomarmos. Até que isto ocorra, o empoderamento e a autodeterminação, verdadeiros, serão apenas um sonho.
* Desejamos viver em uma comunidade onde as organizações que nos apóiam assegurem que podemos participar plenamente em decisões sobre assuntos que afetam o nosso bem-estar ou a maneira como os serviços são prestados.
* Desejamos viver em uma comunidade onde tenhamos a oportunidade de trabalhar em um emprego real na força de trabalho, lado a lado com trabalhadores sem deficiência.
* Desejamos viver em uma comunidade onde possamos participar em esporte e lazer de nossa escolha. É através do esporte que muitas das nossas amizades crescem.
* Desejamos viver em uma comunidade que nos inclua e aceite que todas as pessoas, qualquer que seja a raça, a religião, a cor da pele ou a capacidade, tenham o direito à mesma dignidade e ao mesmo respeito. Chamaria isto de Comunidade Inclusiva e acredito que ela é a chave para o nosso futuro, se vamos nos juntar a vocês como seres humanamente iguais.


Oportunidade para pessoas reais em comunidades reais.

Alguns de nós com deficiência intelectual temos feito grande progresso em autodeterminação e plena participação. Temos aprendido a falar por nós mesmos.

Estamos começando a ser aceitos em nossas comunidades. Estamos apoiando um ao outro e estamos fazendo amigos e aliados. Porém, precisamos do apoio e do compromisso de vocês a fim de construirmos comunidades que sejam verdadeiramente inclusivas.

Necessitamos que vocês acreditem na justiça da nossa causa. Necessitamos que vocês nos ajudem a mudar as coisas de tal modo que todos possamos ter uma vida mais rica e mais plena. Precisamos do apoio de vocês para viver em comunidades que nos empoderem para sermos as pessoas que temos o direito de ser.

Precisamos do apoio de vocês para que possamos participar plenamente na comunidade que escolhemos para nela viver.

Mas, acima de tudo, precisamos da oportunidade para sermos pessoas reais com uma vida real e vivermos em uma comunidade real.

Muito obrigado.


EU E QUE DEVO AGRADECER , SOU PAI DE UMA PESSOA MUITO ESPECIAL , E CANSEI DE ME CALAR , CANSEI DE SEU ALVO DE CHACOTAS , CANSEI DE SER USADO PELO PODER PUBLICO , CANSEI DE VER MINHA FILHA EM ESPOSIÇÃO COMO SE FOSSE UM SER DE OUTRO PLANETA , CANSEI DE VE-LA MAGOADA POR PESSOAS INCOMPETENTE E DESPREPARADAS , COMO O ULTIMO ACONTECIMENTO NA DATA DE HOJE NO CONSULADO USA , O DESPREPARO DE UMA PESSOA DENTRO DO CONSULADO AMERICANO , QUE NEM FALAR A LINGUA MÃE DESTE PAIS , FAZENDO A TAL ENTREVISTA EM ESPANHOL O QUE A FEZ SE SENTIR PERDIDA , DEIXANDO A MUITO INTIMIDADA , POIS ELA NÃO ENTENDIA AS PERGUNTAS EM ESPANHOL , ALEM DO TOM RISPIDO DE VOZ E INTIMIDADORA, DESTA FUNCIONARIA DO GOVERNO AMERICANO


Samuel Garaboski.

Anexo ainda a resposta do consulado onde poem em duvidas minha situação socio economica , pois sou responsavel 100% sobre minha filha.

Prezada Sra. Leila,

Estamos respondendo a sua recente correspondência referente à solicitação de visto de não-imigrante de sua filha, Fernanda Garaboski.

Informamos que o visto dela foi indeferido com base na Seção 214 (b) da Lei Americana de Imigração e Nacionalidade (INA). Esta seção determina que todos os solicitantes a visto demonstrem, para satisfação de um oficial consular, que não são imigrantes em potencial. Isso geralmente é feito pela comprovação de vínculos fora dos Estados Unidos, através da demonstração da situação econômica, social e profissional no país para o qual o solicitante pretenda retornar. É importante que saibamos porque o solicitante pretende retornar ao Brasil após uma viagem de curta duração aos Estados Unidos.

Informamos também que, apesar de termos analisado as informações fornecidas em sua correspondência, não podemos reavaliar ou reconsiderar a solicitação de um visto de não-imigrante sem que os próprios solicitantes forneçam comprovações de seus fortes vínculos sociais, econômicos e profissionais com o Brasil. Para que tais informações possam ser fornecidas é necessário que o próprio solicitante, compareça pessoalmente para uma nova entrevista com um Oficial Consular.

Visto que não foram apresentadas comprovações de fortes vínculos sociais, econômicos e profissionais com o Brasil no momento da entrevista, não foi possível concedê-lo o visto.

É importante esclarecer que somente um Oficial Consular poderá reavaliar a solicitação de visto e determinar se será ou não possível concedê-lo. É importante esclarecer também que a recusa de uma solicitação de visto não é permanente. Portanto, assim que achar que pode explicar melhor a situação, providenciar evidências mais sólidas e comprovar que tem fortes vínculos com o Brasil, poderá solicitar o visto novamente quando desejar. Todavia, no presente momento, não podemos de maneira alguma garantir a concessão do visto.

Gostariamos de esclarecer também que toda e qualquer solicitação de visto de não-imigrante é sempre baseada nos vínculos sócio-econômicos do próprio solicitante com o Brasil e não na situação social, econômica ou profissional de parentes e/ou amigos no Brasil ou nos Estados Unidos, mesmo que estes sejam cidadãos estadunidenses, estrangeiros legalizados nos EUA, naturalizados ou portadores de autorização legal para residência e trabalho nos EUA (Green Card).

É importante frisar que, caso ela deseje requerer o visto novamente, será necessário seguir todos os procedimentos normais para solicitaçao de vistos de não-imigrantes novamente. Deverá agendar sua próxima entrevista, pelo link www.visto-eua.com.br . Por fim, informamos que a solicitação de visto foi avaliada de acordo com as especificações das leis e regulamentos de imigração dos Estados Unidos.

Segue o procedimento explicando a lei de imigração americana e também o procedimento completo sobre solicitação de vistos.

Esperamos que estas informações tenham sido úteis.

Atenciosamente,

Consulado Geral dos Estados Unidos, São Paulo
Setor de Correspondências de Vistos de Não-Imigrantes

ELA * FERNANDA * SÓ QUERIA O VISTO DE TURISTA , PARA PODER VIAJAR E VISITAR SUA PRIMA NOS USA , QUE TEM DOIS FILHINHOS QUE ELA ADORA !!!!

segunda-feira, 2 de agosto de 2010

Imóveis compactos ganham espaço entre lançamentos imobiliários


Os imóveis de até 55 metros quadrados, chamados de "compactos", vêm ganhando espaço entre os lançamentos em São Paulo.

Impulsionados pelo crescimento do crédito e da massa salarial, tiveram a participação ampliada de 24%, em 2005, para 39% em 2010, segundo levantamento realizado pela empresa de pesquisas imobiliárias Geoimovel, a pedido da Folha.



Somente nos primeiros sete meses do ano (até 23 de julho), as construtoras já colocaram no mercado 6.033 unidades "compactas" -mais que o total em 2005 (5.801). Em geral, foram lançadas 15.658 unidades em 2010.

Para Celso Amaral, diretor da Geoimovel, dois fatores foram fundamentais para alavancar essas vendas.

O primeiro foi o crescimento do poder aquisitivo da população -de 27%, entre janeiro de 2005 e maio de 2010 na Grande São Paulo, segundo o Dieese (Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos).

O outro é a maior facilidade de financiamento nos últimos anos, com juros mais baixos, prazo de pagamento maior e prestações menores.

"Há uma demanda forte por esses apartamentos. As construtoras perceberam esse movimento", diz Amaral.

PRIMEIRO "APÊ"

Para o presidente do Secovi-SP (Sindicato da Habitação), João Crestana, os jovens também têm impulsionado o mercado de "compactos". "São casais ou solteiros com idades de 20 a 35 anos, que já trabalham, mas não têm condições de comprar imóveis de 100 metros quadrados."

Para atender a essa demanda, a Cyrela criou em 2006 a marca Living, cujo foco são imóveis menores (70% têm até 55 metros quadrados). No primeiro ano de existência, lançou 720 imóveis. No ano passado, o número saltou para 16.062. Para este ano, a expectativa é chegar aos 25 mil.

Segundo Romeu Braga, diretor de incorporação da empresa, o programa habitacional do governo Minha Casa, Minha Vida, lançado em março do ano passado, também contribuiu para uma oferta maior desses imóveis.

"O MCMV trouxe novos clientes para esse mercado, que são pessoas da classe C que estavam desassistidas", ressalta. Entre os benefícios do programa, estão juros reduzidos e subsídios federais.

A assistente comercial Cristiane Dias, 28, comprou o primeiro imóvel recentemente, após diversas tentativas.

"Não conseguíamos comprovar renda suficiente, mas deu certo pelo MCMV", diz ela, que irá mudar com o marido e a filha de um ano para um imóvel de 52 m2 em 2010

Imóvel menor é opção de investimento com rentabilidade e valorização


O lançamento de imóveis "compactos", com até 55 metros quadrados, tem crescido nos últimos anos em São Paulo impulsionado não só por quem procura o primeiro imóvel mas também por clientes que querem investir.

A alta foi de 80,56% entre 2005 e 2009, segundo dados da empresa de pesquisas imobiliárias Geoimovel.
O atrativo é a rentabilidade que se obtém com o aluguel, além da valorização do imóvel. Entre 2004 e 2009, os preços de casas e apartamentos novos subiram, em média, entre 30% e 40% na capital paulista, ante os 22% de inflação do período.

O ganho com a locação de unidades bem localizadas chega a 1% ao mês ou 12,6% ao ano, segundo o presidente do Creci (Conselho Regional dos Corretores de Imóvel), José Augusto Viana Neto. Há cinco anos, era 0,5% ao mês.

Enquanto isso, investimentos de renda fixa tiveram rendimentos inferiores em julho. A taxa do CDB teve retorno de 0,85%, enquanto o CDI (referência para boa parte dos fundos) teve 0,86%. Já a poupança valorizou 0,62%.

"Para quem pretende investir, imóveis menores e bem localizados são os mais atrativos porque têm grande procura", explica Neto.

Além disso, são considerados uma aplicação mais segura do que os imóveis maiores. "Se tiver um inquilino devedor, o prejuízo é maior nos grandes. O ideal é comprar unidades menores e, assim, diluir o risco."
"MINIPREMIUM"

A construtora Even detectou essa demanda. "O investidor voltou ao mercado imobiliário porque a locação está atrativa, além de haver muita liquidez", avalia o diretor de incorporação, João Azevedo.

Com isso, a empresa intensificou a atuação entre os compactos. Os lançamentos saltaram de 366 unidades no ano passado para quase o dobro apenas nos sete primeiros meses do ano (679).

A diferença é que, enquanto em 2009 a empresa vendia apenas imóveis populares nesse tamanho, agora passou a vender também a versão "premium", com foco nos investidores.

"Os "premiuns" são apartamentos de um dormitório, completos e localizados em bairros nobres. Já os populares ficam afastados do centro e têm dois dormitórios", explica Azevedo, da Even. Entre os "premium" recém-inaugurados, há edifícios nos Jardins, em Campo Belo e na Chácara Klabin.